quinta-feira, 23 de outubro de 2008

pastoral




Negro, pastor, herói

Não. Não me refiro ao presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama. Ele não é pastor. “Negro, pastor, herói” é o título do artigo escrito pelo cientista político e bispo anglicano Robinson Cavalcanti, por ocasião do 20º aniversário do assassinato do pastor e Prêmio Nobel da Paz Martin Luther King. Agora, 40 anos depois, acompanhamos o mesmo Rev. Jesse Jackson, que o acudiu naquela emboscada em Memphis, com lágrimas nos olhos ao ouvir o anúncio da vitória do senador negro Barack Obama.
Sim. É um acontecimento histórico. E não depende do governo que o presidente eleito realizar. Afinal, os Estados Unidos não elegeram um santo, nem mesmo um diácono, mas um presidente. E, antes de mais nada, é bom deixar claro: ser de direita ou de esquerda não nos torna melhores ou piores cristãos. Tanto lá como cá, lulistas ou serristas. Porém, é irresistível lembrar, por exemplo, que se você, ou seu pai, ou seu avô são brancos e estiveram naquele país nos anos 60, certamente não andaram de ônibus com algum negro e, o mais provável, freqüentaram um ou outro lugar — quem sabe uma igreja — onde apenas os brancos entravam. Faz pouco tempo. Na minha modesta opinião a história não mudou hoje, como afirmam alguns. Ela mudou e muda todos os dias. Hoje, também. Em 1968, quando um tiro certeiro pôs fim à vida de Martin Luther King — naqueles dias lançávamos a primeira edição do então tablóide Ultimato. Mudou quando fundamentalistas se jogaram contra as torres gêmeas, em Nova York, ou quando os Estados Unidos invadiram o Iraque. Mudou, quem diria, quando nasceu meu primeiro filho. Você pode fazer a sua lista. Enfim, “De tudo o que se tem ouvido, a suma é: Teme a Deus e guarda os seus mandamentos” (Ec 12.13)
Marcos Bontempo

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